Ao contrário de ações como ler ou escrever, padrões de beleza não são ensinados para crianças na escola. No entanto, televisão, internet, redes sociais e interação com outras crianças podem influenciar em como os pequenos entendem o conceito de beleza da sociedade.
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De acordo com a terapeuta Madeline Lucas, talvez você não perceba que está internalizando tais padrões de beleza impostos pela sociedade, “mas eles se tornam uma parte de como você percebe a si mesma e as pessoas ao seu redor”.
À “Slice”, de onde são as informações, a especialista exemplifica: “Talvez, ao crescer, você tenha sido dita para nunca sair de casa com o cabelo molhado, com sua mãe priorizando uma escova semanal. Talvez você se lembre de estar sentada à mesa de jantar pegando aquele segundo pedaço de pão quando um dos pais lhe dá um tapa na mão. Todas essas ações estão (às vezes sem querer) nos comunicando o que é um padrão de beleza e o que é necessário para alcançá-lo.”
Como padrões de beleza impactam crianças
Madeline explica que, como crianças estão sempre observando o mundo ao seu redor, “sinais súbitos como bonecas que só vêm em um tom de pele ou um parente que está sempre falando sobre perder peso podem ter um impacto enorme”.
Nesse sentido, à medida que envelhecem, elas já conhecem o que é socialmente considerado “bonito” na aparência de alguém e, a partir disso, impõem tais padrões em si mesmas.
“Ser constantemente bombardeada com esses padrões de beleza irrealistas pode não apenas impactar a autoestima, mas também levar a certos comportamentos em busca da perfeição, como dietas extremas ou fixação para mudar permanentemente uma parte do seu corpo”, detalha a terapeuta.
O portal ainda relata que elogios baseados na aparência reforçam que o exterior é essencial para ser aceita na sociedade. “Isso torna difícil para uma criança promover um senso de identidade que não dependa da aparência”, alerta Madeline. Dessa forma, ao elogiar uma criança, procure validar aspectos de sua personalidade, como senso de humor, criatividade e inteligência.
Como impedir que crianças sejam afetadas
Quando for impossível desviar a atenção de assuntos que remetam à aparência, pais, professores e outros adultos devem reforçar que existem diversos tipos de beleza. Madeline garante: “Ao expandir o que é considerado bonito, as crianças podem se beneficiar de sentimentos de inclusão, sentindo-se ‘boas o suficiente’ como são e com taxas mais altas de autoconfiança.”
Mídia e cultura pop também moldam a forma como crianças enxergam o que é belo. Se todos os personagens principais de séries e filmes forem parecidos, elas entenderão que aquela é a beleza.
Nesse sentido, Madeline explica a importância da representatividade: “Quando as crianças veem alguém que se parece com elas sendo celebrado ou reconhecido, ou simplesmente representado em uma tela em geral, elas podem internalizar que também são vistas e apreciadas no mundo.”
Por isso, opte por exibir séries e filmes e ler livros com personagens de diferentes cores e tamanhos e que tragam a importância da diversidade como temática.
Além disso, uma ótima forma de influenciar crianças a não se sentirem pressionadas pelos padrões estéticos é servindo como um modelo. “O primeiro passo é perceber como as expectativas sociais pouco saudáveis afetam sua vida”, aconselha Madelin. “Veja como você pode incorporar uma prática de amar a si mesma e apreciar sua aparência como ela é.”
Você pode repensar sua definição de beleza e questionar por que ela é como é. Policie-se quando se sentir compelida a criticar sua aparência e seja mais gentil consigo, e as crianças perceberão.